Ana Videla - avidela@firjan.org.br
Estamos vivendo uma onda de fascínio pelo segmento de jóias. O que se pode observar nesta última década, é um incremento no interesse pelo design de jóias, ao mesmo tempo em que percebemos que o setor teve mais visibilidade. De um lado é muito bom, pois é um indício de crescimento do mercado, já que este público é também consumidor de jóias, gerador de mídia e de design inovador. Por outro lado a preocupação que surge é a de uma proliferação de pequenos e rápidos cursos que pretendem formar designers de jóias.
Entendo que não é possível formarmos designers em tão pouco tempo, nem tão pouco prescindirmos do conhecimento das técnicas da ourivesaria. Como é possível projetarmos jóias sem o conhecimento do material e da aplicação de suas técnicas?
Já vi, no papel, desenhos interessantes, muito embora com soluções inexeqüíveis pois faltava o conhecimento do ofício. Outro aspecto recorrente é a falta de originalidade, sem dominar as potencialidades dos materiais e técnicas, o que ocorre é a reprodução do que é conhecido e visto nas vitrines.
O designer não precisa ser um expert da joalheria, mas deve dominar o conhecimento das técnicas.
Os organismos responsáveis pelo desenvolvimento de tais cursos deveriam se preocupar com isto que considero ser um “desserviço”.
Para termos bons profissionais, capazes de produzir produtos com qualidade técnica e originalidade é fundamental, antes de projetar, ter como pré-requisito as técnicas básicas da ourivesaria!
Estamos vivendo uma onda de fascínio pelo segmento de jóias. O que se pode observar nesta última década, é um incremento no interesse pelo design de jóias, ao mesmo tempo em que percebemos que o setor teve mais visibilidade. De um lado é muito bom, pois é um indício de crescimento do mercado, já que este público é também consumidor de jóias, gerador de mídia e de design inovador. Por outro lado a preocupação que surge é a de uma proliferação de pequenos e rápidos cursos que pretendem formar designers de jóias.
Entendo que não é possível formarmos designers em tão pouco tempo, nem tão pouco prescindirmos do conhecimento das técnicas da ourivesaria. Como é possível projetarmos jóias sem o conhecimento do material e da aplicação de suas técnicas?
Já vi, no papel, desenhos interessantes, muito embora com soluções inexeqüíveis pois faltava o conhecimento do ofício. Outro aspecto recorrente é a falta de originalidade, sem dominar as potencialidades dos materiais e técnicas, o que ocorre é a reprodução do que é conhecido e visto nas vitrines.
O designer não precisa ser um expert da joalheria, mas deve dominar o conhecimento das técnicas.
Os organismos responsáveis pelo desenvolvimento de tais cursos deveriam se preocupar com isto que considero ser um “desserviço”.
Para termos bons profissionais, capazes de produzir produtos com qualidade técnica e originalidade é fundamental, antes de projetar, ter como pré-requisito as técnicas básicas da ourivesaria!
11 comentários:
Post interessante!
Talvez você tenha tocado em um ponto fundamental: "projetos interessantes, mas inexequiveis".
No meu entender é condição "sine qua non" o profissional saber de todo o processo de fabricação!
Muito interessante. Além de interessante, fundamental. É comum ocorrer discordância entre o desenho e a execução. Pelo menos um curso básico de confecção de jóias deveria constar da formação de um designer de jóias. Bem colocado o comentário de Edeval.
Sempre pensei ser imprescindí-
vel o conhecimento das técnicas de
fabricação de jóias,para quem tra-
balha no ramo.
No entanto, o que posso notar é que há uma grande lacuna no ensino destas técnicas.Livros são raridades em nossa língua.
Sou de uma geração que ainda a-
prendeu com mestres ourives que dominavam as técnicas diversas e que ensinavam na prática, mas tinham pouco conhecimento da teoria.
As grandes indústrias necessitam de trabalhadores que executem determinadas tarefas.E nas
pequenas oficinas(laboratórios, ou atelier)os profissionais que dominam a maioria das técnicas são os mais necessários.
Há iniciativas de determinadas entidades que suprem as necessidades das grandes indústrias no treinamento da mão de obra.
Sempre pensei que a preparação devesse vir já no ensino médio. Voces já imaginaram um profissional
de ensino médio, formado em joalheria e depois escolhesse um curso de designer ou até seguir o
próprio ofício. Isto é possível?
Também concordo, que a formação do ourives tenha que ser mais abrangente. E isto não se consegue com a oferta de cursos de curta duração, oferecidos em módulos e de caráter livre, que caracterizam o atual padrão de aprendizagem. Além disto o setor necessitaria aumentar o nível de ensino de seus trabalhadores (hoje 8,4 anos - ou seja, o equivalente do ensino fundamental completo).A solução seria, a meu ver, ter escolas técnicos de nível médio próximas aos polos produtores do país.
As instituições que teriam condições de oferecer um curso desse tipo seriam os SENAIs e os CEFETs (escolas técnicas federais). O primeiro por já ter laboratórios e professores capacitados na área de joalheria (mas não tem cusos de nível médio intalados em todas as suas unidades) e o segundo por ter ensino técnico médio de altíssima qualidade, com conhecimento de cursos de áreas afins da produção joalheira como metalurgia, geologia e design (tecidos e calçados), além de ter unidades em todos os estados brasileiros.
O que falta é sensibilizar o setor industrial para esta necessidade.
Achei interessante o comentário da Andréa a respeito da criação de escolas técnicas. Este formato possibilitaria uma formação mais estruturada, entretanto tenho dúvidas quanto ao interesse do mercado. A minha experiência à frente da Escola de Ourivesaria - SENAI-RJ mostra que pulverizamos a oferta de cursos. O público interessado nesta formação não é tão grande.
Concordo que é preciso transformar a cultura da indústria joalheira. Aumentar a escolaridade dos funcionários e possibilitar aperfeiçoamento é investir na competitividade do setor.
Quanto ao comentário do Rique - se a formação pode ser iniciada no ensino médio... Pode e é o ideal.
Nas instituições de ensino do exterior, especialmente na Europa, a formação é iniciada com 14 anos. Aqui no Brasil temos a Aprendizagem Industrial, curso de formação profissional. Nós temos turmas de aprendizagem de uma grande indústria. O curso tem carga horária de 1600h e duração de 2 anos. O candidato ao curso passa por uma avaliação de português e matemática, tem que está na Escola, com idade entre 15 e 16 anos.
Uma pergunta:
* Será que a falta de interesse em cursos SENAI não vêm justamente do fato de ele não oferecer diploma de técnico de nível médio? Um técnico com formção em joalheria (com domínio de técnicas de fundição,conformação mecânica e design de produto)poderia encontrar emprego não só em indústrias joalherias, mas também em indústrias afins como a metal-mecânica.
A questão técnica é imprescindível, mas não é o suficiente.
O designer é aquele que sabe o metier completo: é criativo, conhece as necessidades das pessoas, conhece a técnica, os materiais, a história, o momento, a tendência, ergonomia, física, quimica e matemática, além de desenhar bem.
A escola de design que existe hoje está orientada ao segmeto industrial, que fala a linguagem de mercado e pensa em termos capitalistas.
Pretendo poder contribuir para esta questão através de uma escola de joalheria que trate de todas estas questões e que possa efetivamente criar designers de jóias com certificado e competência.
As escolas devem passar por uma homologação de qualidade: de conteúdo técnico, de didática e poder comprovar efidciência para poder funcionar e emitir certificado, inclusive.
Conhece alguma? Que tal?
Sobre o comentário do Heraclio: Seriam escolas aprovadas pelo MEC?
Não seria a proposta do CEFET de Ouro Preto (MG) a mais próxima desta condição?
Como remodelar a oferta de cursos de Ateliê dentro desta visão?
Gostaria de ter mais tempo, e então participaria mais.
Vamos ao assunto:a idéia ( ou já existe alguma em funcionamento?)da
escola técnica federal de joalheria é no meu entender excelente, pois os alunos formados por elas têm um nível técnico muito bom.
Também penso que é possível existir curso de "especialização"
aos que já trabalham nas oficinas.
Por exemplo engaste de pedras "pa-
vê", cinzelamento, e outras que poderiam ser ensinadas via net, (ensino à distância).
tenho 32 anos de profisao e o que vejo e que falta devugaçao da midia e do governo no que se trata de joalheria.
Ola, muito importante os links de capacitação de design, joias, ourivesaria, pedras preciosas.
No link Capacitação - Design ainda nao tem assuntos postados porque?
Atenciosamente
Dri Designer
http://dz-designerdejoias.blogspot.com/
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